Só relembrando, com detalhes específicos para esse post:
Reino>Filo>Classe>Ordem>Família>Subfamília>Tribo>Gênero>Espécie
Dentre as quatro maiores ordens da classe dos insetos, as Hymenopteras abrangem as formigas, vespas e abelhas, tendo cerca de 153 mil espécies conhecidas pertencentes ao grupo. Como características principais, elas têm dois pares de asas membranosas, a posterior sendo menor que a anterior, mandíbulas do tipo cortador e uma modificação no seu abdômen.
Sobre esse último, o primeiro segmento do abdômen é fundido ao tórax, consequentemente formando uma espécie de “cintura” fina, que recebe o nome de “pecíolo" e pode ter diversos tamanhos e formatos, a exemplo da Vespa-carniceira e a Formiga-de-fogo, respectivamente:
Porém hoje, em especifico, vou falar da Trigona truculenta.
Um de seus traços mais característico é na verdade a ausência de ferrão dessa abelhinha. Mas não é por isso que ela deve ser tratada com carinho, mesmo tendo entre 1,1 e 1,7cm de comprimento. Sua mandíbula é extremamente forte, feita pra rasgar e machucar quem lhe incomoda, sendo impossível seu manejo sem equipamento de segurança adequado. Por isso que seu nome científico acabou sendo literalmente “truculenta” (violento, agressivo), tendo também os nomes populares “mombuca brava” e “saranhão”.
Taxonomia:
Sobre sua taxonomia, ou seja, a organização dos grupos de acordo com características em comum, temos:
Família Apidae: Grupo exclusivamente formado por abelhas.
Subfamília Apinae: Abrange tribos de abelhas com ferrão, sem ferrão, que produzem mel ou não.
Tribo Meliponini: Abelhas sem ferrão, podendo ser agressivas ou não.
Gênero Trigona: Abelhas sem ferrão presentes no neotrópico (do México central ao sul do Brasil e da Argentina).
Resumidamente:
Apidae>Apinae>Meliponini>Trigona>Trigona truculenta.
E um fato interessante sobre a tribo Meliponini é o nome dado a criação das abelhas desse grupo, a meliponicultura, da mesma maneira que a criação das abelhas com ferrão do gênero Apis, também da subfamília Apinae, se chama apicultura.
Socialização:
Dentre os indivíduos de sua tribo, a Trigona truculenta é a maior em tamanho, volume por enxame e têm um dos maiores ninhos do grupo.
Sua população, por ninho, pode girar em torno de 80 mil abelhas cooperando para o funcionamento do grupo. Suas colmeias possuem diversas abelhas rainhas, separadas em “favos territórios”, e a entrada pode ter em média 30cm de comprimento e diâmetro, e se assemelha a uma boca aberta por conta do formato e da cor avermelhada.
Extinção e cultivo
A Saranhão corre risco de extinção por sua agressividade indesejada e seu mel ser impróprio para consumo humano, sendo destruída sistematicamente no território brasileiro. Porém, além desse fato, o desmatamento também tem favorecido esse risco pela espécie ter a preferência de fazer seus ninhos em troncos de árvores ocos, apesar de poder construir ninhos externos.
Por causa disso, muitos meliponicultores têm interesse no cultivo das Trigona truculenta. Isto pela preservação delas e a polinização que podem fazer, pois mesmo sendo uma espécie de difícil contenção e manutenção, podem sobrevoar até 900 metros além do ninho para coletar materiais de interesse para a colônia e ser uma importante peça para a polinização local.
Sua produção de mel e de outros produtos (geleia real, própolis, cera e pólen) acaba não sendo de interesse comercial pelos hábitos anti-higiênicos destas abelhas. Já foi observado indivíduos fazendo coleta de excrementos e casos de necrofagia facultativa (se alimentar de cadáveres).
Que massaaa!!
Muito interessante! Percebi que todas as vidas são muito importantes na natureza!